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MINHA PARTICIPAÇÃO NA 3ª EDIÇÃO DO TERRA VIVA - POR UM MUNDO MELHOR, FALANDO SOBRE "TAI CHI CHUAN E SEUS BENEFÍCIOS"

MINHA PARTICIPAÇÃO NA 3ª EDIÇÃO DO TERRA VIVA - POR UM MUNDO MELHOR, FALANDO SOBRE" TAI CHI CHUAN "



Benefícios do Tai Chi Chuan

zen1 O Tai Chi Chuan é uma arte milenar de origem oriental, com um sistema de práticas que beneficiam as pessoas num todo, equilibrando tanto a mente quanto o corpo.
As práticas de Meditação (Serenidade) e o Tai Chi Chuan são técnicas específicas para a obtenção de estados mentais tranqüilos, que podem ajudar na prevenção e na cura de doenças. O Tai Chi Chuan integra o corpo e a mente, a respiração e o movimento, as mãos e os pés. O corpo inteiro se torna integrado e move-se como um todo. A mente (Yi) é usada para dirigir a energia (Chi) e movimenta os membros do corpo. O movimento impulsiona o sangue através do sistema, ajudando no funcionamento adequado dos órgãos internos.
O Tai Chi Chuan é composto de movimentos abertos, redondos e relaxados, designados a estabilizar o equilíbrio das forças vitais do organismo (a união entre as forças vitais Yin e Yang). Isto ajuda todo o corpo a executar suas funções de maneira eficiente, sem a intervenção do trabalho de cada órgão. Através destes movimentos suaves, aprendemos o segredo da "imunidade contra doenças degenerativas". Com o conhecimento de como exercitar-se corretamente e com determinação a disciplinar-se consistentemente, adquirimos a saúde natural.
A prática do Tai Chi Chuan ocasiona um impacto no Sistema Nervoso Central e constrói uma fina base para o melhoramento dos outros nove sistemas orgânicos do corpo: sistema esquelético, sistema muscular, sistema circulatório, sistema linfático, sistema excretor, sistema endócrino, sistema nervoso, sistema digestivo e órgãos sensoriais.


Alguns benefícios da prática constante do Tai Chi Chuan:

- aumento da vitalidade, dando mais energia e disposição;
- fortalecimento do sistema nervoso;
- aumento da atenção e concentração mental;
- desenvolvimento pleno do potencial mental e espiritual;
- equilíbrio total de todos os sistemas orgânicos do corpo;
- conquista da serenidade e o equilíbrio das emoções;
- auxilia na prevenção e redução do estresse e a sobrecarga mental;
- aumento da flexibilidade, proporcionando um relaxamento muscular em todo o corpo;
- fortalecimento do sistema imunológico ajudando na prevenção de doenças;
- superação dos medos e limites.


Recomendações:

1 - Praticar com regularidade e persistência, procurando dominar as práticas para que os benefícios sejam maiores;
2 - Sempre que possível, treine em ambientes naturais, onde o ar fresco possa circular;
3 - O ideal é praticar logo de manhã, ao nascer do sol, na chamada hora da energia criativa;
4 - Permanecer relaxado e alegre durante o treinamento, pois muitos dos benefícios obtidos através do Tai Chi Chuan são de natureza mental;
5 - Usar roupas folgadas e sapatos sem salto para facilitar o fluxo da energia pelo corpo. Tirar relógio, anéis e pulseiras também é aconselhável;
6 - Respire e se movimente suave, graciosa e naturalmente, criando uma harmonia no fluxo da energia;
7 - Seja gentil e generoso ao lidar com todas as pessoas que estejam praticando junto.


Pesquisas comprovadas dos benefícios
das práticas do Tai Chi Chuan


Equilíbrio:

Dos exercícios de equilíbrio o Tai Chi Chuan provou ser o de maior sucesso na redução de quedas. Além disso, as práticas, de acordo com estudos recentes, são benéficas para dar força, resistência muscular e flexibilidade.
Colégio Médico da Universidade Cornell

Para evitar os tombos, que se tornam mais freqüentes à medida que a idade avança, uma sugestão é praticar Tai Chi Chuan. De acordo com a equipe médica da Clínica Mayo (EUA), os movimentos lentos e suaves dessa atividade propiciam a restauração do senso de equilíbrio, que se torna menos eficiente com o passar dos anos, além de relaxar e tonificar os músculos.

Sistema Cardiovascular e Pressão Sangüínea:

Uma sessão de Tai Chi Chuan pode beneficiar o coração tanto quanto uma boa caminhada. Foi comparada a pressão de pacientes com o hábito de caminhar toda manhã com a de cardíacos que passaram a praticar esta arte. Os dois times empataram em matéria de benefícios. Os movimentos lentos podem baixar a pressão arterial muito elevada até ela ficar normal.
Pesquisa realizada por Cardiologistas - Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos


Segundo um estudo feito em Março de 1999 publicado no Periódico da Sociedade Americana de Geriatria, a prática do Tai Chi Chuan ajuda na redução da pressão alta. Foram analisados adultos mais velhos praticando Tai Chi Chuan durante 12 semanas, tendo reduções de pressão sangüínea muito significativas. Conduzindo o estudo esteve Dr. Deborah Rohm, da Universidade John Hopkins.
Pesquisadores recrutaram 62 pessoas adultas sedentárias entre as idades de 60 e 80 anos. Elas tinham pressão sangüinea alta e tomavam medicamentos para regularizar. Os participantes foram divididos aleatoriamente dentro dois grupos: um que praticava Tai Chi Chuan com intensidade leve por 12 semanas e outro que praticava moderadamente exercícios aeróbicos, dentro do mesmo período. Os que praticaram Tai Chi Chuan e o grupo de exercícios aeróbicos tiveram reduções parecidas e significantes na pressão sangüínea, durante o período de estudo.
Foi concluido na pesquisa que a pratica regular do Tai Chi Chuan regulariza a pressão sangüinea.


Postura:

Tai Chi Chuan, uma arte tradicional Chinesa, contém uma sequência de movimentos suaves e contínuos. Uma análise de variação demonstrou que de 3 em 5 pessoas testadas, teve significativa melhora na postura, em relação a pessoas sedentárias não praticantes.
Periódico Americano de Terapia Ocupacional, 1992


Fibromialgia:

Fibromialgia é uma epidemia moderna, uma condição crônica de dor que afeta 6 a 8 por cento da população dos Estados Unidos. O Tai Chi Chuan foi recomendado por alguns profissionais de saúde como uma terapia muito desejável para auxiliar no tratamento. No ano 2000, a Universidade de Maryland de Medicina, fez um estudo com pessoas que sofriam de fibromialgia, submetendo-as à sessões de um programa de Tai Chi Chuan. Uma melhora significativa foi percebida, melhorando o estado de saúde das pessoas envolvidas na pesquisa.. A melhoria foi sustentada 4 meses após o fim da intervenção.

Envelhecimento:

Uma pesquisa do Instituto de Shanghai de Hipertensão verificou diversos aspectos do envelhecimento. Analisando os benefícios da prática do Tai Chi Chuan, determinaram que é muito eficaz para auxiliar no tratamento de doenças geriátricas retardando o processo de envelhecimento do corpo.

Doenças Respiratórias:

Um estudo colaborativo entre o Instituto de Pesquisa de Medicina Tradicional Chinesa da Faculdade de Tainjin, e o Hospital de Cirurgia de Tórax de Tianjin, analisou pacientes que sofriam de bronquite crônica, de asma e de enfisema pulmonar. Um grupo praticou Tai Chi Chuan e Chi Kung e o outro grupo foi tratado apenas com remédios. O grupo que fez as práticas teve uma melhora mais rápida em relação ao outro grupo. Foi constatado que o Tai Chi Chuan ajuda muito na recuperação de pessoas que sofrem de doenças respiratórias

Dores nos Joelhos:

Os problemas de dores nos joelhos são comuns porque nós envelhecemos. A Universidade de Illinois conduziu um estudo em idosos usando 20 semanas de treinamento com Tai Chi Chuan. Os resultados finais comprovaram que a prática do Tai Chi Chuan melhora a força do extensor do joelho e o controle da força nos idosos.

Insônia:

A insônia é um problema crescente em nosso mundo agitado, onde muitas pessoas vivem estressadas. No departamento de Chi Kung do Hospital de Ningbo de Medicina Tradicional Chinesa, na China, fizeram em 78 pacientes que sofriam de insônia tratamentos que envolviam Meditação e Tai Chi Chuan, complementando com acupressura em diversos pontos. Após algumas semanas de tratamento, 35 pessoas foram curadas (o sono melhorou passando a 7 horas por dia), 22 casos tiveram um bom resultado (dormiam de 4 a 6 horas por dia), 9 casos mostraram algum efeito (o sono ficou melhor do que era), 2 casos não mostraram nenhum efeito. Foi comprovado que a grande maioria das pessoas melhorou muito sem a necessidade de usar remédios e drogas.

Pessoas idosas:

Um treinamento de 12 meses de Tai Chi Chuan em pessoas idosas, provou que tanto para homens como para mulheres houve um aumento do consumo de oxigênio, aumento da flexibilidade da coluna lombar/toráxica, aumento da força muscular das pernas, e contribuiu para a redução da tensão, da depressão, da ansiedade e dos distúrbios de humor.
Depto de Medicina Física e Reabilitação - Universidade Nacional de Taiwan - China

No trabalho:

Uma pesquisa entre os praticantes de Tai Chi Chuan, comprovou que 90% sentiu melhoras significativas no seu desempenho profissional, estado de atenção e concentração no trabalho e especialmente na qualidade de sua saúde física e emocional. No campo das relações humanas, o trato com colegas e superiores chegou a um nível de entendimento que possibilita a maior compreensão e integração no trabalho. O que mais chama atenção na pesquisa é o nível da capacidade de encarar problemas tanto profissionais como particulares, com "calma", encontrando soluções adequadas aos mesmos, sem desgaste físico ou emocional.

Benefícios Gerais:

A prática do Tai Chi Chuan gera um sentimento de paz interior, na medida em que nos concentramos nos movimentos sem nos distrairmos. Os movimentos suaves e fluídos, fazem com que a mente e os músculos relaxem, promovendo a flexibilidade.
Pesquisa médica publicada em 1986 no "China Sports"

De acordo com estudos recentes realizados por Médicos americanos, de todas as artes terapêuticas, físicas e mentais, o Tai Chi Chuan é o mais suave e o mais fácil de ser aprendido. Seu poder de rejuvenescimento tanto físico como mental, tem sido comprovado pois, abaixa a pressão sangüínea, irriga as juntas, estimula a circulação, constrói os músculos e mobiliza o sistema imunológico. Tudo isso sem stress ou tensão.


Tai Chi Chuan promove vigor interior, enquanto os músculos se tonificam, aumentando a flexibilidade e a força. Também reduz o estresse, fortalece a energia vital, aumenta a consciência corporal, e melhora a coordenação motora. As práticas do Tai Chi Chuan foram durante muitos anos um segredo dentro de algumas famílias Chinesas que dominavam a arte.
Revista Americana de Saúde dos Homens - Mar/Abr 1993


Pesquisas mostraram que o Tai Chi Chuan pode também: curar doenças como hipertensão, asma e insônia; prevenir arteriosclerose e deformidades na coluna; encurtar a fase de recuperação de algumas doenças. Estas conclusões foram resultado de um estudo feito por Chen Munyi (1963), com praticantes de Tai Chi Chuan.
Periódico Americano de Medicina Chinesa - 1981 Vol 9(1) 15-22


Treze adolescentes com Distúrbio de Hiperatividade e Deficiência de Atenção participaram de aulas de Tai Chi Chuan duas vezes por semana, durante 5 semanas. Os professores avaliaram os comportamentos dos adolescentes na Scala Conners, durante o período inicial, depois do período de 5 semanas de Tai Chi e duas semanas mais tarde. Após as 10 sessões de Tai Chi os adolescentes demonstraram menos ansiedade, um maior equilíbrio emocional e uma melhora no comportamento. Estas mudanças persistiram no acompanhamento do período de 2 semanas após o término das práticas.
Pesquisa realizada em uma Universidade Americana


Fonte de Juventude:

O Cardiologista Jairo Mancilla e o psiquiatra Luiz Alberto Py de São Paulo, acreditam que a longevidade e a felicidade andam de mãos dadas. Para comprovar sua tese, entrevistaram várias pessoas com mais de 90 anos e muita saúde e observaram algumas caracterísitcas em comum. Todos sabiam viver em paz no presente, perdoar e liberar emoções de maneira adequada. Também eram pessoas de fé: mesmo com religiões diferentes mantinham práticas espirituais que lhe davam força e motivação para a vida. Os médicos recomendam para quem deseja trilhar esse caminho de bem estar, que comece a fazer regularmente (de preferência, diariamente), algo que ajude a reequilibrar a mente e o organismo, como caminhadas ou exercícios de TAI CHI CHUAN.
Publicado na Revista "Criativa" - Outubro/2001


segunda-feira, 5 de maio de 2014

TAI CHI CHUAN

Foto: TAI CHI CHUAN

Tai chi chuan (em chinês: 太極拳 pinyin: Tàijí quán) é uma arte marcial interna chinesa, categoria nomeada em chinês de neijia (內家).
Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento.
Os princípios filosóficos do tai chi chuan remetem ao taoísmo e à alquimia chinesa.
A relação de yin e yang, os cinco elementos, o ba gua (Oito Trigramas), o Livro das Mutações (I Ching) e o Tao Te Ching de Lao Zi são algumas das principais referências para a compreensão de seus fundamentos.
Os textos clássicos do Tai Chi Chuan escritos pelos mestres orientam a:
Vencer o movimento através da quietude (Yi Jing Zhi Dong) 以靜制動
Vencer a dureza através da suavidade (Yi Rou Ke Gang) 以柔克剛
Vencer o rápido através do lento (Yi Man Sheng Kuai) 以慢勝快
O tai chi chuan tem suas raízes na China, sendo atualmente uma arte praticada no mundo todo. É apreciado no ocidente especialmente por sua relação com a meditação (tao yin) e com a promoção da saúde, oferecendo aos que vivem no ritmo veloz das grandes cidades uma referência de tranquilidade e equilíbrio.

Os criadores do Tai Chi Chuan basearam sua arte na observação da natureza - não apenas na observação dos animais, mas no estudo dos princípios da interação entre os diversos elementos naturais.
Como somos parte desta natureza, o conhecimento destes princípios e de como atuam dentro de nós, estudados pela medicina tradicional chinesa, revelam o tai chi como uma fonte efetiva de energia que encontra-se em nosso interior, situada na região do corpo nomeada pelos chineses de dantian médio.

Etimologia

Os ideogramas que compõe a palavra tai chi chuan significam:
太, Tai significa "o maior", "o mais alto", "supremo", "absoluto".
極 (ou 极, em chinês simplificado), Chi (ou Ji) significa, original e literalmente, a parte mais alta do telhado - "cumeeira".
拳, Chuan (ou Quan) significa Punho, aqui simbolizando "soco", "luta à mãos livres" (desarmadas), "boxe"
 
 
Portanto, algumas das possíveis traduções literais de tai chi chuan são: "Punho da suprema cumeeira", "punho do limite supremo" ou simplesmente "punho do tai chi".
Como cada ideograma pode ter mais de um sentido, há outras formas de traduzir o termo além destas.
No taoísmo, onde o tai chi chuan teve sua origem, a "suprema cumeeira", ou "limite absoluto" tem a conotação filosófica de "elevação", "sublimação", "purificação", resultante, entre outras, do desenvolvimento de um mecanismo de defesa emocional pelo qual tendências ou sentimentos inferiores se transformam em outros que não o sejam.
O tai chi também simboliza o "Cosmo" e a interação, dos princípios energéticos yin e yang, em constante mutação, sendo conhecida a sua representação pelo tai chi tu (diagrama do tai chi), mais conhecido no Ocidente como o "símbolo do yin-yang".

Origem

Zhang Sanfeng (张三丰)

A história do tai chi chuan é considerada sempre sob dois aspectos: o lendário e o historicamente comprovado. Esses dois aspectos não se excluem necessariamente para a maioria dos professores propagadores dessa arte.
O aspecto lendário é, geralmente, encarado como uma metáfora para indicar o desenvolvimento dos princípios do tai chi chuan através da figura do taoista imortal Chang San Feng.
Historicamente comprovado, o criador do tai chi chuan foi Chen Wangting.
Existem indicações de que, durante a Dinastia Tang (618-906 d.C.), um eremita chamado Xu Xuan Ping desenvolveu uma arte chamada "os trinta e sete estilos do tai chi", também chamada de chang chuan (punho longo) ou chang kiang (rio longo).
Por volta da mesma época, um monge taoista chamado Li Dao Zi praticava uma arte denominada "punho longo primordial", semelhante aos trinta e sete estilos do tai chi.
Muitas das posturas dessas duas artes têm nomes semelhantes aos das atuais posturas do tai chi chuan.
O texto Guan Jing Wu Hui Fa (Método para se Alcançar o Esclarecimento Através da Observação da Escritura), escrito por Cheng Ling Xi na época da Dinastia Liang (907-923 d.C.), no período das cinco dinastias e dos dez reinos, é o documento mais antigo já encontrado a usar o termo tai chi chuan. Cheng Ling Xi foi discípulo de Han Gong Yue, que lhe ensinou sua arte, chamada "Os catorze estilos do treinamento do tai chi".
Chang San Feng (1247-?), que então vivia num templo taoista do monte Wudang, já teria desenvolvido uma arte conhecida como "Os trinta e dois estilos do punho longo de Wudang" e, posteriormente, criou "As treze posturas do tai chi", após observar uma luta entre um pássaro (grou) e uma cobra, quando constatou que a flexibilidade se sobrepunha à rigidez, compreendendo a prática da alternância entre o yin e o yang e outras concepções da natureza, que se constituem na base do que depois passou a ser chamado de tai chi chuan.
O sucessor de Chang Sangfeng foi o também monge taoista Taiyi Zhenren que, no final da dinastia Ming, difundiu a arte entre os discípulos do monte Wudang. Entre esses discípulos, encontrava-se outro monge de nome Ma Yun Cheng.
Ma Yun Cheng transmitiu a arte para vários discípulos célebres, entre eles Mi Deng Xia e Guo Ji Yuan, popularmente conhecidos como "os dois santos" e Wang Zhong Yue, que denominou essa arte de Wudang tai chi chuan e escreveu o Tratado de Tai Chi Chuan, um dos Clássicos do Tai Chi Chuan.
Wang Zhong Yue transmitiu o tai chi chuan ao famoso mestre Zhang Song Xi, que depois o ensinou a Dan Si Nan, que veio a ter como discípulo Wang Zheng Nan, que se referia à arte de Wudang como uma arte interior, distinta das artes de Shaolin, que ele chamava de arte exterior.
Segundo os historiadores Tang Hao e Gui Liuxin, seguindo a origem a partir do fato histórico de que Yang Luchan aprendeu com Chen Changxing (1771-1853) do vilarejo de Chenjiagou, o tai chi chuan foi criado por Chen Wangting (1600-1680) na passagem da dinastia Ming para a dinastia Qing. Esta é a versão considerada oficial pelo governo chinês .

Ji e qui

É preciso atenção na sutileza da interpretação chinesa, pois no taiji (também transliterado como taichi), esse "ji" ou "qui" não é o mesmo "qi" (energia, ar), que o kung fu (arte marcial chinesa) bem explora como chi kung (ou qikong). O ideograma para esse "qi" ( 气 ) não é o mesmo do "ji" ( 极 ).
O pano de fundo de ambos os termos pode ser afim, apontando para um sentido praticamente comum, mas o ji tem direção mais filosófica, quase que taoísta, com sentido de supremacia. Assim, o taiji teria um significado como sendo um conhecimento de primeira grandeza, dando idéia de grande e supremo (mais ao pé da letra).
Já o qi do chi kung, é uma técnica de fortalecimento interno nas artes marciais chinesas, específico para o fortalecimento interno do praticante.
A semelhança dos sons aos ouvidos ocidentais, é verdade, colabora para a mistura dos termos. Mas no pensamento tradicional chinês, são termos distantes com relação à pratica marcial e, principalmente, quanto ao conteúdo doutrinário.

Estilos

São cinco os estilos de tai chi chuan reconhecidos como tradicionais pela comunidade internacional, cada um deles recebeu o nome da família chinesa que o criou, desenvolveu e transmitiu. Todos tem a mesma essência e seguem os mesmos princípios básicos, diferindo na forma.

Por ordem cronológica
Tai chi chuan estilo Chen (陳氏)
Tai chi chuan estilo Yang (楊氏)
Tai chi chuan estilo Wu/Hao (武氏)
Tai chi chuan estilo Wu (吳氏)
Tai chi chuan estilo Sun (孫氏)
Ordenados por sua popularidade, considerando o número de praticantes, teríamos: Yang, Wu, Chen, Sun e Wu/Hao.
Atualmente encontramos referências a diversos outros estilos. Alguns deles são estilos hibridos ou derivados destes cinco estilos tradicionais.
Outros alegam ter sido praticados em segredo dentro de outras famílias ou em monastérios a partir das referências milenares taoístas que deram origem a esta prática, tornando-se de conhecimento aberto ao público há menos tempo.
Entre estes exemplos se inclui o estilo Wudang, referência ampla à prática de tai chi chuan realizada ainda hoje nos templos da montanha de Wudang (não confundir com o estilo contemporâneo que tomou para si o nome de Tai chi chuan de Wudang).
Há também o que poderíamos chamar de Tai chi chuan estilo de Pequim, composto por formas (tao lu) padronizadas pelo Governo Chinês, através do Comitê Nacional de Esportes da China, desenvolvidas exclusivamente para fins terapêuticos e esportivos. Hoje em dia muito popular não apenas na China mas em todo o mundo.

As treze posturas fundamentais

Enquanto arte marcial, o tai chi chuan se baseia em treze conceitos fundamentais (shi san shi 十三势). Estas posturas/movimentos podem ser reconhecidos nas diversas formas praticadas pelos diferentes estilos. Cada escola interpreta estes conceitos com pequenas variações.
São conhecidas como as oito portas e os cinco passos (八門 五步), em chinês são denominadas: Peng, Lu, Ji, An, Cai, Lie, Zhou, Cao, Jin, Tui, Gu, Pan e Ding.
As oito portas (bā mén) se associam às oito direções representadas pelos oito trigramas do pa kua (py bā guà 八卦), elementos básicos na constituição do I Ching (py Yijing 易经 ).
Os quatro lados (si zheng 四正)
Péng 掤 (aparar)
Lǜ 履 (desviar)
Jǐ 擠 (pressionar)
Àn 按 (empurrar)
Os quatro cantos (si yu 四隅)
Cǎi 採 (colher e puxar)
Liè 挒 (colher e quebrar)
Zhǒu 肘 (golpe de cotovelo)
Kào 靠 (golpe de ombro)
Os cinco passos (Wǔ bù) 五步 podem ser relacionados aos Cinco Elementos cósmicos (五行 py wǔ xíng) que fundamentam a medicina tradicional chinesa: madeira, fogo, terra, metal e água (木, 火, 土, 金, 水).
Jìn bù 進步 (avançar)
Tùi bù 退步 (recuar)
Zǔo gù 左顧 (olhar à esquerda)
Yòu pàn 右盼 (olhar à direita)
Zhōng dìng 中定 (equilíbrio central)
Os dez princípios essenciais

Conforme Yang Chengfu:
Suspender a cabeça pelo topo com leveza e sensibilidade (xu ling ding jin)
Esvaziar o peito (han xiong) e alongar as costas (ba bei)
Relaxar a cintura (song yao)
Distinguir entre o cheio e o vazio (fen xu shi)
Relaxar os ombros [Chen Jian] e soltar os cotovelos (zhui zhou)
Usar a mente e não a força muscular (yong yi bu yong li)
Interligar os movimentos da parte superior e inferior do corpo (shang xia xiang sui)
Unir o interior e o exterior (nei wai xiang he)
Mover-se com continuidade, sem rupturas (xiang lian bu duan)
Buscar a quietude dentro do movimento (dong zhong qiu jing)

Tai chi chuan (em chinês: 太極拳 pinyin: Tàijí quán) é uma arte marcial interna chinesa, categoria nomeada em chinês de neijia (內家).
Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento.
Os princípios filosóficos do tai chi chuan remetem ao taoísmo e à alquimia chinesa.
A relação de yin e yang, os cinco elementos, o ba gua (Oito Trigramas), o Livro das Mutações (I Ching) e o Tao Te Ching de Lao Zi são algumas das principais referências para a compreensão de seus fundamentos.
Os textos clássicos do Tai Chi Chuan escritos pelos mestres orientam a:
Vencer o movimento através da quietude (Yi Jing Zhi Dong) 以靜制動
Vencer a dureza através da suavidade (Yi Rou Ke Gang) 以柔克剛
Vencer o rápido através do lento (Yi Man Sheng Kuai) 以慢勝快
O tai chi chuan tem suas raízes na China, sendo atualmente uma arte praticada no mundo todo. É apreciado no ocidente especialmente por sua relação com a meditação (tao yin) e com a promoção da saúde, oferecendo aos que vivem no ritmo veloz das grandes cidades uma referência de tranquilidade e equilíbrio.

Os criadores do Tai Chi Chuan basearam sua arte na observação da natureza - não apenas na observação dos animais, mas no estudo dos princípios da interação entre os diversos elementos naturais.
Como somos parte desta natureza, o conhecimento destes princípios e de como atuam dentro de nós, estudados pela medicina tradicional chinesa, revelam o tai chi como uma fonte efetiva de energia que encontra-se em nosso interior, situada na região do corpo nomeada pelos chineses de dantian médio.

Etimologia

Os ideogramas que compõe a palavra tai chi chuan significam:
太, Tai significa "o maior", "o mais alto", "supremo", "absoluto".
極 (ou 极, em chinês simplificado), Chi (ou Ji) significa, original e literalmente, a parte mais alta do telhado - "cumeeira".
拳, Chuan (ou Quan) significa Punho, aqui simbolizando "soco", "luta à mãos livres" (desarmadas), "boxe"


Portanto, algumas das possíveis traduções literais de tai chi chuan são: "Punho da suprema cumeeira", "punho do limite supremo" ou simplesmente "punho do tai chi".
Como cada ideograma pode ter mais de um sentido, há outras formas de traduzir o termo além destas.
No taoísmo, onde o tai chi chuan teve sua origem, a "suprema cumeeira", ou "limite absoluto" tem a conotação filosófica de "elevação", "sublimação", "purificação", resultante, entre outras, do desenvolvimento de um mecanismo de defesa emocional pelo qual tendências ou sentimentos inferiores se transformam em outros que não o sejam.
O tai chi também simboliza o "Cosmo" e a interação, dos princípios energéticos yin e yang, em constante mutação, sendo conhecida a sua representação pelo tai chi tu (diagrama do tai chi), mais conhecido no Ocidente como o "símbolo do yin-yang".

Origem

Zhang Sanfeng (张三丰)

A história do tai chi chuan é considerada sempre sob dois aspectos: o lendário e o historicamente comprovado. Esses dois aspectos não se excluem necessariamente para a maioria dos professores propagadores dessa arte.
O aspecto lendário é, geralmente, encarado como uma metáfora para indicar o desenvolvimento dos princípios do tai chi chuan através da figura do taoista imortal Chang San Feng.
Historicamente comprovado, o criador do tai chi chuan foi Chen Wangting.
Existem indicações de que, durante a Dinastia Tang (618-906 d.C.), um eremita chamado Xu Xuan Ping desenvolveu uma arte chamada "os trinta e sete estilos do tai chi", também chamada de chang chuan (punho longo) ou chang kiang (rio longo).
Por volta da mesma época, um monge taoista chamado Li Dao Zi praticava uma arte denominada "punho longo primordial", semelhante aos trinta e sete estilos do tai chi.
Muitas das posturas dessas duas artes têm nomes semelhantes aos das atuais posturas do tai chi chuan.
O texto Guan Jing Wu Hui Fa (Método para se Alcançar o Esclarecimento Através da Observação da Escritura), escrito por Cheng Ling Xi na época da Dinastia Liang (907-923 d.C.), no período das cinco dinastias e dos dez reinos, é o documento mais antigo já encontrado a usar o termo tai chi chuan. Cheng Ling Xi foi discípulo de Han Gong Yue, que lhe ensinou sua arte, chamada "Os catorze estilos do treinamento do tai chi".
Chang San Feng (1247-?), que então vivia num templo taoista do monte Wudang, já teria desenvolvido uma arte conhecida como "Os trinta e dois estilos do punho longo de Wudang" e, posteriormente, criou "As treze posturas do tai chi", após observar uma luta entre um pássaro (grou) e uma cobra, quando constatou que a flexibilidade se sobrepunha à rigidez, compreendendo a prática da alternância entre o yin e o yang e outras concepções da natureza, que se constituem na base do que depois passou a ser chamado de tai chi chuan.
O sucessor de Chang Sangfeng foi o também monge taoista Taiyi Zhenren que, no final da dinastia Ming, difundiu a arte entre os discípulos do monte Wudang. Entre esses discípulos, encontrava-se outro monge de nome Ma Yun Cheng.
Ma Yun Cheng transmitiu a arte para vários discípulos célebres, entre eles Mi Deng Xia e Guo Ji Yuan, popularmente conhecidos como "os dois santos" e Wang Zhong Yue, que denominou essa arte de Wudang tai chi chuan e escreveu o Tratado de Tai Chi Chuan, um dos Clássicos do Tai Chi Chuan.
Wang Zhong Yue transmitiu o tai chi chuan ao famoso mestre Zhang Song Xi, que depois o ensinou a Dan Si Nan, que veio a ter como discípulo Wang Zheng Nan, que se referia à arte de Wudang como uma arte interior, distinta das artes de Shaolin, que ele chamava de arte exterior.
Segundo os historiadores Tang Hao e Gui Liuxin, seguindo a origem a partir do fato histórico de que Yang Luchan aprendeu com Chen Changxing (1771-1853) do vilarejo de Chenjiagou, o tai chi chuan foi criado por Chen Wangting (1600-1680) na passagem da dinastia Ming para a dinastia Qing. Esta é a versão considerada oficial pelo governo chinês .

Ji e qui

É preciso atenção na sutileza da interpretação chinesa, pois no taiji (também transliterado como taichi), esse "ji" ou "qui" não é o mesmo "qi" (energia, ar), que o kung fu (arte marcial chinesa) bem explora como chi kung (ou qikong). O ideograma para esse "qi" ( 气 ) não é o mesmo do "ji" ( 极 ).
O pano de fundo de ambos os termos pode ser afim, apontando para um sentido praticamente comum, mas o ji tem direção mais filosófica, quase que taoísta, com sentido de supremacia. Assim, o taiji teria um significado como sendo um conhecimento de primeira grandeza, dando idéia de grande e supremo (mais ao pé da letra).
Já o qi do chi kung, é uma técnica de fortalecimento interno nas artes marciais chinesas, específico para o fortalecimento interno do praticante.
A semelhança dos sons aos ouvidos ocidentais, é verdade, colabora para a mistura dos termos. Mas no pensamento tradicional chinês, são termos distantes com relação à pratica marcial e, principalmente, quanto ao conteúdo doutrinário.

Estilos

São cinco os estilos de tai chi chuan reconhecidos como tradicionais pela comunidade internacional, cada um deles recebeu o nome da família chinesa que o criou, desenvolveu e transmitiu. Todos tem a mesma essência e seguem os mesmos princípios básicos, diferindo na forma.

Por ordem cronológica
Tai chi chuan estilo Chen (陳氏)
Tai chi chuan estilo Yang (楊氏)
Tai chi chuan estilo Wu/Hao (武氏)
Tai chi chuan estilo Wu (吳氏)
Tai chi chuan estilo Sun (孫氏)
Ordenados por sua popularidade, considerando o número de praticantes, teríamos: Yang, Wu, Chen, Sun e Wu/Hao.
Atualmente encontramos referências a diversos outros estilos. Alguns deles são estilos hibridos ou derivados destes cinco estilos tradicionais.
Outros alegam ter sido praticados em segredo dentro de outras famílias ou em monastérios a partir das referências milenares taoístas que deram origem a esta prática, tornando-se de conhecimento aberto ao público há menos tempo.
Entre estes exemplos se inclui o estilo Wudang, referência ampla à prática de tai chi chuan realizada ainda hoje nos templos da montanha de Wudang (não confundir com o estilo contemporâneo que tomou para si o nome de Tai chi chuan de Wudang).
Há também o que poderíamos chamar de Tai chi chuan estilo de Pequim, composto por formas (tao lu) padronizadas pelo Governo Chinês, através do Comitê Nacional de Esportes da China, desenvolvidas exclusivamente para fins terapêuticos e esportivos. Hoje em dia muito popular não apenas na China mas em todo o mundo.

As treze posturas fundamentais

Enquanto arte marcial, o tai chi chuan se baseia em treze conceitos fundamentais (shi san shi 十三势). Estas posturas/movimentos podem ser reconhecidos nas diversas formas praticadas pelos diferentes estilos. Cada escola interpreta estes conceitos com pequenas variações.
São conhecidas como as oito portas e os cinco passos (八門 五步), em chinês são denominadas: Peng, Lu, Ji, An, Cai, Lie, Zhou, Cao, Jin, Tui, Gu, Pan e Ding.
As oito portas (bā mén) se associam às oito direções representadas pelos oito trigramas do pa kua (py bā guà 八卦), elementos básicos na constituição do I Ching (py Yijing 易经 ).
Os quatro lados (si zheng 四正)
Péng 掤 (aparar)
Lǜ 履 (desviar)
Jǐ 擠 (pressionar)
Àn 按 (empurrar)
Os quatro cantos (si yu 四隅)
Cǎi 採 (colher e puxar)
Liè 挒 (colher e quebrar)
Zhǒu 肘 (golpe de cotovelo)
Kào 靠 (golpe de ombro)
Os cinco passos (Wǔ bù) 五步 podem ser relacionados aos Cinco Elementos cósmicos (五行 py wǔ xíng) que fundamentam a medicina tradicional chinesa: madeira, fogo, terra, metal e água (木, 火, 土, 金, 水).
Jìn bù 進步 (avançar)
Tùi bù 退步 (recuar)
Zǔo gù 左顧 (olhar à esquerda)
Yòu pàn 右盼 (olhar à direita)
Zhōng dìng 中定 (equilíbrio central)
Os dez princípios essenciais

Conforme Yang Chengfu:
Suspender a cabeça pelo topo com leveza e sensibilidade (xu ling ding jin)
Esvaziar o peito (han xiong) e alongar as costas (ba bei)
Relaxar a cintura (song yao)
Distinguir entre o cheio e o vazio (fen xu shi)
Relaxar os ombros [Chen Jian] e soltar os cotovelos (zhui zhou)
Usar a mente e não a força muscular (yong yi bu yong li)
Interligar os movimentos da parte superior e inferior do corpo (shang xia xiang sui)
Unir o interior e o exterior (nei wai xiang he)
Mover-se com continuidade, sem rupturas (xiang lian bu duan)
Buscar a quietude dentro do movimento (dong zhong qiu jing)

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